Qual a melhor altura?

28.9.17
Todos os filhos são diferentes e todos os pais são também. Cada família tem as suas necessidades e os seus sonhos. Cada individuo é isso mesmo, individual. Por isso o que vou dizer agora é aplicado a mim, ao meu ser, à minha família e ao que desejamos. 

Estava grávida do Gui e comecei a ver berçários para ele ir quando tivesse seis/sete meses, final de licenças entre mãe e pai. Vi duas ou três escolas, pareceram-me todas perfeitas. Fiz pré inscrição, e depois logo informavam casso surgisse vaga. O Gui nasceu e até lá nenhuma ligou. Voltei aos mesmo berçários, e já só um pareceu-me ser indicado, mas longe de ser perfeito, depois de os termos nos braços o conceito de perfeito muda. Ficaram-me de ligar....Chegado o tempo do pai voltar ao trabalho, o Gui não tinha escola, num ápice escolhemos uma Ama ( a Ama que Ama), perto do trabalho, uma casa de avó, animais, sopa da horta, colo e amor para dar. O tempo passou e o Gui foi ficando, as escolas foram ligando e nós fomos percebendo que o lugar dele era na Ama. 

Um lugar onde cresceu com liberdade, com colo só para ele, corria pela casa e por fora dela, pelo meio dos animais. Apanhava todos os dias uma flor para me dar. Comia bem, dormia assim assim, como sempre. Tinha regras, poucas é verdade. Mas teve a educação necessária. Teve gente que o "adotou" como neto, sobrinho, vizinho. Fez amigos quando ia ao café, e o amigo João vinha com o tractor, grande amigo, mais um colo. Tinha beijos da tia emprestada ao almoço, e das primas nas férias grande. Caiu muitas vezes, nada grave. Ficou doente outras tantas, apanhou viroses também. Cresceu com um coração grande, e o nosso coração cresceu com ele. Aos três anos foi para a escola... os primeiros meses não foram fáceis. Mas sempre que olhei para trás, pensava que foi a escolha certa.

Estou grávida do Edu, não vejo escolas, não penso em mais anda. Seguirá o mesmo percurso do Mano, terá o mesmo colo, o colo só dele. Mas por circunstância da vida, por minhas escolhas profissionais, o Edu teve que ir para a escola aos dois anos, teria ido ao três se desse..

Esta foi a nossa escolha, foi a oportunidade que tivemos e fizemos por isto. E hoje não o faria de outra forma, porque acho realmente importante nestes primeiros anos que eles tenham a sua individualidade, que tenham a atenção que tanto precisam, que as suas necessidades sejam ouvidas, atendidas e entendidas. 

Por isso quando as pessoas me dizem que devem ir para escola o quanto antes, outros que a idade ideal é aos dois anos, quando pessoas formadas em educação, terapeutas defendem que seja ao um ano de idade, tudo muito fundamentado com estudos de desenvolvimento de personalidade. Quando pais olham para mim e dizem, estás a ver se tivesse ido aos 6 meses agora não chorava, quando oiço estas coisas, acho mesmo muito que o mundo está todo do avesso. 

Sei que nem todos tem estas oportunidade, que não existem avós presentes ou perto, que não há Amas que amam em cada esquina, que nós pais não podemos ficar em casa. Mas não podemos encobrir o assunto com a desculpa de que quanto mais cedo forem para a escola melhor. Também temos que acreditar que será a melhor opção, até porque não têm outra, e assim o coração sossega. 

Cada um é livre das suas escolhas e das suas opiniões, igualmente como é livre para respeitar as dos outros. 

No final de todas as escolhas, independentemente de serem diferentes dos outros, com toda certeza estamos a fazer o melhor! Estamos a fazer como sabemos! 



 ❤ Sempre ao vosso lado 

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