Cada dia, cada momento, cada hora gosto menos desta sensação que tenho de perda, perda de não estar nas primeiras vezes deles. Hoje uma, que podem achar tolice, e será, porque estou a falar da primeira vez que o Edu fez cocó no bacio. Mas este cocó, esta primeira vez simboliza muitas outras primeiras vezes. Não estava lá para festejar, bater palma, mostra-lhe como ele é capaz, como está a ficar crescido, independente e capaz. Perdemos a primeira palavra, a primeira gargalhada, os primeiros passos, o primeiro beijo envergonhado, o primeiro golo na baliza, a primeira vez na bicicleta sem rodinhas, a primeira sopa, o primeiro salto daquele muro alto, o primeiro dói dói. São coisas pequeninas, coisas que se repetem, muitas delas insignificantes, mas são estas pequenas coias que nos constituem, que moldam a nossa vivência, que deixam marcas, que deixam memórias.
Sei que é impossível estar em todas as primeiras vezes, crescem e aparecem os primeiros testes, provas. beijos apaixonados, viagens de sonhos, mergulhos no mar frio, gargalhadas com amigos, cinema de noite, festas até ao nascer do sol....não vou lá estar em todas as primeiras vezes. Mas quero estar hoje, quero fazer a festa das conquistas e dar os abraços das derrotas. E mesmo quando crescerem quero estar aqui de colo pronto e abraço preparado. Porque a primeira vez é sempre aquela vez!
( o que o cocó faz a um mãe, sério se me contassem que um dia ia pensar sobre isto, ia rir de gozo, eu ficar pensativa sobre um cocó, ahah dá para rir, mas minha gente mãe e todos as outras, somos felizes com as coisas mais disparatadas e sofremos com as mais insignificantes, somos bipolares e tem dias que quadripolares)
Sem comentários:
Enviar um comentário