Fátima Montenegro, mãe de um cozinheiro de três anos e de um engenheiro de dois. Já mostrou à vida que está aqui para ficar, aprendeu o quanto é importante valorizar os pequenos momentos. Aos filhos transmite a mensagem que nem todos os dias são rosas, mas que juntos conseguem vencer.
Apresenta cada um de vocês e identifica algumas das características/personalidade.
A Fátima e o Bruno conheceram-se no Porto, durante a faculdade.
Ela: 31 anos, muito teimosa, impulsiva e pragmática. Adora fazer novas amizades.
Ele: 33 anos, muito ponderado, extremamente perfeccionista.
Uma farmacêutica e um médico dentista que falam, inevitavelmente, de saúde e não só.
Ela, como transmontana de gema, gosta de cozinhar e ele, leiriense (nascido em Coimbra, como a maioria), aprecia boa música e fotografia.
Estes somos nós!
Mas as verdadeiras estrelas da família são dois meninos lindos (sou uma assumida mãe coruja, com orgulho), o Guilherme e o Gabriel.
O Gui tem 3 anos, quer ser piloto e cozinheiro. Já tem uma namorada. Adora ajudar, é reguila e vivaço. Está sempre pronto a experimentar coisas novas, desde comida a desporto.
O Gabo tem 2 anos e jeitos de “engenhocas”. Tudo o que implique botões e comandos é com ele. Gosta muito de cavalos, de chocolate e de pregar partidas.
Como é o vosso dia-a-dia/rotina diária.
Cá em casa o dia começa cedo, mas vamos acordando por etapas. Cada um de sua vez e (quase) sem despertadores.
Os miúdos vão tomar o pequeno-almoço e depois preparam-se para ir para a escola. Ter dois filhos com idades tão próximas (14 meses de diferença) ensinou-me a ser prática no dia-a-dia. Por norma tomam banho à noite e escolhem a roupa para o dia seguinte.
Sempre que podemos vamos os dois levar os miúdos à escolinha. Andam no Fraldinhas e gostam imenso.
Ambos temos o privilégio de trabalhar em áreas que gostamos imenso, o que ajuda a superar os desafios diários.
No final do dia começa a “hora de ponta” cá em casa. Costumo ir eu buscá-los à escola e depois iniciam-se as hostes: jantar, banhos e brincadeiras!
Tentamos jantar os 4 em simultâneo, mas quando não dá, os pequenotes vão comendo primeiro e depois ficam a brincar enquanto os “crescidos” jantam.
Na hora de deitar (cerca das 22h, aproximadamente) costuma ir o pai com eles. Dormem os dois no mesmo quarto, o que torna a logística bem mais simples. Costumam pedir ao pai para lhes cantar músicas da tuna da faculdade. Ele, encantado, acede ao pedido e eles vão embalados para a terra dos sonhos.
Quando pensas no Guilherme e no Gabriel, qual é o maior desejo para eles.
O meu maior desejo para os meus filhos é que sejam felizes.
Que vivam a vida, experienciem o máximo que puderem até encontrar aquilo que gostam realmente e que depois conquistem os seus objetivos, com a certeza de que aquele é o caminho.
Espero educá-los e orientá-los o melhor possível. Mas estando sempre aqui, enquanto mãe e amiga, para os consolar e motivar se for necessário.
Viveste um acidente automóvel muito grave quando estavas grávida do Gabriel, de alguma forma passas-te a viver a maternidade de outra forma?
A Fátima e o Bruno conheceram-se no Porto, durante a faculdade.
Ela: 31 anos, muito teimosa, impulsiva e pragmática. Adora fazer novas amizades.
Ele: 33 anos, muito ponderado, extremamente perfeccionista.
Uma farmacêutica e um médico dentista que falam, inevitavelmente, de saúde e não só.
Ela, como transmontana de gema, gosta de cozinhar e ele, leiriense (nascido em Coimbra, como a maioria), aprecia boa música e fotografia.
Estes somos nós!
Mas as verdadeiras estrelas da família são dois meninos lindos (sou uma assumida mãe coruja, com orgulho), o Guilherme e o Gabriel.
O Gui tem 3 anos, quer ser piloto e cozinheiro. Já tem uma namorada. Adora ajudar, é reguila e vivaço. Está sempre pronto a experimentar coisas novas, desde comida a desporto.
O Gabo tem 2 anos e jeitos de “engenhocas”. Tudo o que implique botões e comandos é com ele. Gosta muito de cavalos, de chocolate e de pregar partidas.
Como é o vosso dia-a-dia/rotina diária.
Cá em casa o dia começa cedo, mas vamos acordando por etapas. Cada um de sua vez e (quase) sem despertadores.
Os miúdos vão tomar o pequeno-almoço e depois preparam-se para ir para a escola. Ter dois filhos com idades tão próximas (14 meses de diferença) ensinou-me a ser prática no dia-a-dia. Por norma tomam banho à noite e escolhem a roupa para o dia seguinte.
Sempre que podemos vamos os dois levar os miúdos à escolinha. Andam no Fraldinhas e gostam imenso.
Ambos temos o privilégio de trabalhar em áreas que gostamos imenso, o que ajuda a superar os desafios diários.
No final do dia começa a “hora de ponta” cá em casa. Costumo ir eu buscá-los à escola e depois iniciam-se as hostes: jantar, banhos e brincadeiras!
Tentamos jantar os 4 em simultâneo, mas quando não dá, os pequenotes vão comendo primeiro e depois ficam a brincar enquanto os “crescidos” jantam.
Na hora de deitar (cerca das 22h, aproximadamente) costuma ir o pai com eles. Dormem os dois no mesmo quarto, o que torna a logística bem mais simples. Costumam pedir ao pai para lhes cantar músicas da tuna da faculdade. Ele, encantado, acede ao pedido e eles vão embalados para a terra dos sonhos.
O meu maior desejo para os meus filhos é que sejam felizes.
Que vivam a vida, experienciem o máximo que puderem até encontrar aquilo que gostam realmente e que depois conquistem os seus objetivos, com a certeza de que aquele é o caminho.
Espero educá-los e orientá-los o melhor possível. Mas estando sempre aqui, enquanto mãe e amiga, para os consolar e motivar se for necessário.
Viveste um acidente automóvel muito grave quando estavas grávida do Gabriel, de alguma forma passas-te a viver a maternidade de outra forma?
Sim, completamente.
Em 2012, eu grávida de 10 semanas e o Gui com quase 9 meses de idade, tivemos um acidente de carro. Foi no IC2, junto da Ferrus e embatemos contra 2 camiões TIR.
O Gui foi protegido (e salvo) pela cadeirinha, o Gabo (na altura ainda não sabíamos que seria menino) pelo meu corpo e eu… Fui protegida pelos airbags do carro, o melhor possível. Na verdade não parti nada fisicamente, mas sofri um traumatismo craniano, que me paralisou o lado direito do corpo.
Nos meses que se seguiram passei por um turbilhão de sentimentos: desconfiança, tristeza, incredibilidade, raiva e resignação. Porém o meu marido nunca me deixou desistir. Ele é o verdadeiro herói da história, pois puxou por mim e fez de mim o que sou hoje.
Ainda tenho algumas sequelas ligeiras a nível motor, mas que vou superando aos poucos. Tive a sorte de ter uma excelente e muito paciente fisioterapeuta, a Sara. Hoje em dia minha amiga, acreditou sempre que eu voltaria a andar, contra todos os prognósticos.
Hoje em dia valorizo, ainda mais, cada momento passado em família. Agradeço cada dia que passamos juntos. Realmente aprendi a dar valor às pequenas coisas da vida.
Claro que quero transmitir aos meus filhos que a vida não é sempre um mar de rosas, mas como lhes costumo dizer “Juntos, a gente consegue”. Porque o mais importante é haver muita união e apoio. O resto é “paisagem”. Uns dias melhores, outros piores, mas sempre com um beijinho de boa noite e um “estou aqui e gosto muito de ti”.
És a criadora e mentora do projeto Passitos, qual o objetivo?
A Passitos surgiu através da necessidade de responder às dúvidas das mães, principalmente as de primeira viagem.
Baseio-me nas dúvidas que eu própria tenho e naquelas que me colocam ao balcão da farmácia. Pretende ser um apoio na etapa de maternidade e primeira infância. Por vezes as mães têm dúvidas mas não sabem muito bem a quem hão-de perguntar. Ao pediatra?! À enfermeira?! À nutricionista?!
Rapidamente se juntaram a mim outros profissionais de saúde, todos com um mesmo objectivo: ajudar as mães (e pais) a superar este enorme desafio que é o de educar uma criança.
Como profissional ligada à área da saúde, achas que os pais de hoje são demasiado protetores no crescimento e educação dos filhos?
Penso que são mais protectores do que aqui há umas décadas, mas também porque as circunstâncias assim o exigem. Hoje em dia os miúdos usam cadeirinhas para andar de carro, capacete para andar de bicicleta ou trotinete, põem protector solar para ir brincar no parque e desinfectam as mãos com álcool-gel se tocarem em “algo estranho”.
Na minha opinião, nos nossos dias vivemos em contacto permanente com perigos vários a nível de saúde pública e, se pudermos proteger as crianças disso, melhor.
Qual o pai que ficaria de consciência tranquila se não comprasse a cadeirinha que melhor protegesse o seu bebé de um embate de carro, por exemplo? Temos o privilégio de saber muito mais do que aqui há uns anos, por isso acho que é muito positivo que apliquemos isso.
Mas também admito que há exageros. Por exemplo, tornou-se banal diagnosticar uma criança com hiperactividade, quando na realidade ela apenas está a fazer o que uma criança faria. A explorar e a conhecer o mundo, a aprender com a tentativa/erro e a aprender a conhecer-se. A mim custa-me que estejamos a criar adultos em miniatura.
Uma criança não é suposto ficar as 2 horas de um almoço de grupo sentada à mesa, a portar-se impecavelmente bem, distraída com um tablet e a falar apenas quando solicitada. Se assim for, algo de muito grave se passa com a sua saúde social. É suposto pedir para sair a cada 2 minutos, pedir mousse de chocolate em vez de sopa, mandar pedacinhos de pão pelos ares e, se for caso disso, partir um copo sem querer. Não precisa de tomar medicação por estar a ser genuína. Como eu costumo dizer “Deixa fazer agora, que aos 40 já parece mal”.
Tens momentos em que te apetece desligar o "botão mãe"? O que fazes?
Os miúdos, por vezes, tiram qualquer um do sério e é necessária muita paciência. Estou a aprender dia-a-dia o meu papel enquanto mãe, e eles enquanto filhos. Sim, por vezes há falhas. Mas eu nunca me arrependi. Optámos por ter 2 filhos com idades próximas, mesmo tendo consciência de que seria um grande desfio.
Desde criança que, ao responder à pergunta “O que queres ser quando fores grande?” eu respondo “Mãe!”. E, na verdade, adoro a maternidade. Sim, por vezes é cansativo. Sim, por vezes grito com eles desnecessariamente. Sim, é lindo e enriquecedor!
Quando os miúdos vão dormir a casa dos avós aproveitamos para namorar um bocadinho. Vamos jantar fora, passear… mas voltamos cedo para casa. Acho que já não conseguimos viver sem eles e rapidamente ficamos cheios de saudades. Ultimamente temos ido ao cinema. Ambos gostamos bastante.
Perdes a cabeça com...
Mentiras. Detesto ser enganada!
Amas quando...
Faço os outros felizes. Adoro organizar festas e surpresas. Gosto de fazer sorrir!
Ser mãe é...
O derradeiro desafio enriquecedor, onde nos é dado o privilégio de criar e educar um ser humano, através de amor puro e genuíno.
Obrigada Fátima!!
Em 2012, eu grávida de 10 semanas e o Gui com quase 9 meses de idade, tivemos um acidente de carro. Foi no IC2, junto da Ferrus e embatemos contra 2 camiões TIR.
O Gui foi protegido (e salvo) pela cadeirinha, o Gabo (na altura ainda não sabíamos que seria menino) pelo meu corpo e eu… Fui protegida pelos airbags do carro, o melhor possível. Na verdade não parti nada fisicamente, mas sofri um traumatismo craniano, que me paralisou o lado direito do corpo.
Nos meses que se seguiram passei por um turbilhão de sentimentos: desconfiança, tristeza, incredibilidade, raiva e resignação. Porém o meu marido nunca me deixou desistir. Ele é o verdadeiro herói da história, pois puxou por mim e fez de mim o que sou hoje.
Ainda tenho algumas sequelas ligeiras a nível motor, mas que vou superando aos poucos. Tive a sorte de ter uma excelente e muito paciente fisioterapeuta, a Sara. Hoje em dia minha amiga, acreditou sempre que eu voltaria a andar, contra todos os prognósticos.
Hoje em dia valorizo, ainda mais, cada momento passado em família. Agradeço cada dia que passamos juntos. Realmente aprendi a dar valor às pequenas coisas da vida.
Claro que quero transmitir aos meus filhos que a vida não é sempre um mar de rosas, mas como lhes costumo dizer “Juntos, a gente consegue”. Porque o mais importante é haver muita união e apoio. O resto é “paisagem”. Uns dias melhores, outros piores, mas sempre com um beijinho de boa noite e um “estou aqui e gosto muito de ti”.
És a criadora e mentora do projeto Passitos, qual o objetivo?
A Passitos surgiu através da necessidade de responder às dúvidas das mães, principalmente as de primeira viagem.
Baseio-me nas dúvidas que eu própria tenho e naquelas que me colocam ao balcão da farmácia. Pretende ser um apoio na etapa de maternidade e primeira infância. Por vezes as mães têm dúvidas mas não sabem muito bem a quem hão-de perguntar. Ao pediatra?! À enfermeira?! À nutricionista?!
Rapidamente se juntaram a mim outros profissionais de saúde, todos com um mesmo objectivo: ajudar as mães (e pais) a superar este enorme desafio que é o de educar uma criança.
Como profissional ligada à área da saúde, achas que os pais de hoje são demasiado protetores no crescimento e educação dos filhos?
Penso que são mais protectores do que aqui há umas décadas, mas também porque as circunstâncias assim o exigem. Hoje em dia os miúdos usam cadeirinhas para andar de carro, capacete para andar de bicicleta ou trotinete, põem protector solar para ir brincar no parque e desinfectam as mãos com álcool-gel se tocarem em “algo estranho”.
Na minha opinião, nos nossos dias vivemos em contacto permanente com perigos vários a nível de saúde pública e, se pudermos proteger as crianças disso, melhor.
Qual o pai que ficaria de consciência tranquila se não comprasse a cadeirinha que melhor protegesse o seu bebé de um embate de carro, por exemplo? Temos o privilégio de saber muito mais do que aqui há uns anos, por isso acho que é muito positivo que apliquemos isso.
Mas também admito que há exageros. Por exemplo, tornou-se banal diagnosticar uma criança com hiperactividade, quando na realidade ela apenas está a fazer o que uma criança faria. A explorar e a conhecer o mundo, a aprender com a tentativa/erro e a aprender a conhecer-se. A mim custa-me que estejamos a criar adultos em miniatura.
Uma criança não é suposto ficar as 2 horas de um almoço de grupo sentada à mesa, a portar-se impecavelmente bem, distraída com um tablet e a falar apenas quando solicitada. Se assim for, algo de muito grave se passa com a sua saúde social. É suposto pedir para sair a cada 2 minutos, pedir mousse de chocolate em vez de sopa, mandar pedacinhos de pão pelos ares e, se for caso disso, partir um copo sem querer. Não precisa de tomar medicação por estar a ser genuína. Como eu costumo dizer “Deixa fazer agora, que aos 40 já parece mal”.
Tens momentos em que te apetece desligar o "botão mãe"? O que fazes?
Os miúdos, por vezes, tiram qualquer um do sério e é necessária muita paciência. Estou a aprender dia-a-dia o meu papel enquanto mãe, e eles enquanto filhos. Sim, por vezes há falhas. Mas eu nunca me arrependi. Optámos por ter 2 filhos com idades próximas, mesmo tendo consciência de que seria um grande desfio.
Desde criança que, ao responder à pergunta “O que queres ser quando fores grande?” eu respondo “Mãe!”. E, na verdade, adoro a maternidade. Sim, por vezes é cansativo. Sim, por vezes grito com eles desnecessariamente. Sim, é lindo e enriquecedor!
Quando os miúdos vão dormir a casa dos avós aproveitamos para namorar um bocadinho. Vamos jantar fora, passear… mas voltamos cedo para casa. Acho que já não conseguimos viver sem eles e rapidamente ficamos cheios de saudades. Ultimamente temos ido ao cinema. Ambos gostamos bastante.
Perdes a cabeça com...
Mentiras. Detesto ser enganada!
Amas quando...
Faço os outros felizes. Adoro organizar festas e surpresas. Gosto de fazer sorrir!
Ser mãe é...
O derradeiro desafio enriquecedor, onde nos é dado o privilégio de criar e educar um ser humano, através de amor puro e genuíno.
Obrigada Fátima!!
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