Hoje temos uma mãe de uma cidade bem diferente de Leiria. Amesterdão foi a cidade onde a vida levou a Clara a constituir a família. Alexander tem 6 anos, meio português meio holandês, amoroso e manda respostas com nível!!
Apresenta
cada um de vocês e identifica algumas das características/personalidade
Vamos lá então dar a conhecer a família “ten Broek”. A mãe, Clara,
nacionalidade portuguesa, nascida em Leiria. Amiga, simpática, dada, dedicada,
fiel, independente, teimosa, por vezes um bocadinho arrogante (ninguém é
perfeito!), determinada, trabalhadora, ambiciosa e nos últimos meses...
atlética. Extrovertido, mas só quando conheço bem as pessoas. Para finalizar, sincera e direta, o que por vezes é um bocadinho demais porque acabo por ser
direta demais! Sorry :-(
O pai, Patrick, nacionalidade holandesa, nascido em
Amesterdão. Inteligente, liberal, amigo, responsável, sincero, extrovertido,
ambicioso, calmo, optimista. De vez em quando teimoso e preguiçoso! Adora
dormir à tarde. Está mais para “espanhol” que dorme “siesta” com muito prazer!
Companheiro, amigo, marido. Deixa-me ser, não me trava ou tentar mudar.
Compreende a minha necessidade de independência. Tenho muita sorte mesmo por o
ter a meu lado.
Alexander, nacionalidade Holandês, nacionalidade não
oficial: ½ Português & ½ Holandês, nascido em Lausanne, Suíça. Com 6
aninhos é um amor, simpático, bem comportado, amigo, amoroso, quase que tenho
coragem de dizer que será um daqueles rapazinhos que todas as sogras gostariam
de ter para as suas filhotas! Pronto, já disse! Mas, também tem os seus dias...
e então é reguila, teimoso, firme na sua opinião e já sabe “mandar respostas de
nível”! É extrovertido... fala pelos cotoveles quando conhece alguém! Eu até já
podia escrever um livro só com as perguntas que faz todos os dias... Não havia
qualquer coisa nesta entrevista de “desligar o botão de mãe”? Era mesmo nessas
horas!
Como é o
V/ dia a dia/ rotina diária?
Durante a semana, o dia-a-dia é...:
De manhã, o despertador biológico do
Alexander toca as 7h certinhas! (só quando não é aquele inverno bem
rigoroso...) O Patrick levanta-se, faz o pequeno almoço
e tomam-o juntos. Eu como não sou de pequenos almoços
e gosto bem do meu “me time” de manhã, levanto-me, tomo o meu
banho, arranjo-me e saio (por voltas das 8h já estou no trabalho). O Patrick
faz o lanche e o “almoço” do Alexander (na Holanda almoço
é sandes, não se come quente) e leva-o à “pré-escola” (um lugar aonde só
brincam e depois quando a campainha toca por volta das 08:45, levam-no para a
sala de aula).
Quando as aulas terminam às 15:15, a equipe da “após
escola” vai buscá-lo e levam-o para um espaço de tempos livres, aonde
brincam, lêem livros, pintam, aprendem música, vão passear a uma quinta (kinderboerderij)
bem pequenina, no centro de Amesterdão, vão ver as cávias, as galinhas, as
cabras, os coelhos, etc. (dão de comida e água aos animais, fazem festinhas)
Por volta das 17h00 vou buscá-lo. Chegamos a casa, faço o
jantar, esperamos pelo pai (se este chega a tempo, nem sempre infelizmente) e
depois toca de jantar, tomar duche, lavar os dentes, ler uma história antes de
dormir... e mais uma porque não aguenta não saber o que vai acontecer a seguir
com o personagem... e depois “chichi e cama”! Não paro até lhe ter dado uma beijoca e ter dito “boa noite, dorme bem”.
Normalmente as 19h/19h30 está na cama... Agora que os dias são
mais compridos (luminosos), vai para a cama mais tarde por volta das 20h, porque
ele precisa mesmo do “sono de beleza” dele para andar sempre bem disposto.
Até parece que oiço as pessoas em Portugal espasmadas do
quão cedo ele vai para a cama! Não?
Como é
conciliar o trabalho com a maternidade?
Eu acho que todas as mães que respondem a esta pergunta dirão
que é complicado! E é mesmo. Alexander primeiro, trabalho depois... mas também
gosto do meu trabalho. Afinal não lutei tanto para estar aonde estou, para
nada, não é? E acredito que o Alexander entende isso. Tento balançar bem entre
o trabalho e a família.
Quando
vens a Portugal onde costumas levar o Alexander? De que sítios é que ele gostou
mais? E em Leiria (distrito), onde costumam passear?
A verdade é que quando estou em Portugal, parece que nem estou
de férias! Alguma família está no centro, na zona de Leiria, mas o resto está no norte (S. João da Madeira e Aveiro) e então dividimos o tempo entre todas as
localidades.
Na zona do norte, adoramos ir a Barra, a Aveiro (ver as
salinas e comer bolacha com molho de chocolate... que delícia...). Vamos à
Torreira, ao Furadouro, ao Porto (minha cidade favorita), Vila de Nova de Gaia
(ver as caves do vinho do Porto), Braga, Bragança, Guimarães e também Coimbra é
claro! E muitos mais sítios. Visitamos bastante, adoramos viajar os três.
Normalmente de manhã visitamos cidades, almoçamos por lá e depois à tardinha,
dirigimos-nos para a praia, para aproveitar o sol.
Na zona de Leiria, adoramos ir aos castelos, grutas, praias,
mosteiros, etc... O Alexander gosta de tomar café no Terreiro em Leiria, junto
com a mamã, porque mandamos vir sempre um pastel de nata (para cada um! Somos
os dois gulosos e fãs de pastel de nata! Pequenas delícias que não temos por
aqui, infelizmente.). Adorou ir ao Aquaparque na Vieira de Leiria, ficava por lá
se o deixasse. Adora ir ao castelo de Leiria e pular, saltar, subir escadas,
descer escadas, tropeçar e olhar Leiria bem pequenina, bem lá do topo. Adora
todas as praias (Nazaré, Vieira de Leiria) mas a preferida é sem dúvida a de
São Martinho do Porto, porque será?!? “Parece uma piscina mamã...”.
O Mosteiro da Batalha e o Mosteiro de Alcobaça acha
interessante, adora as grutas e acha tudo lindo e brilhante mas um bocado frio
e não percebe porque pagamos à entrada e depois atiramos outra vez dinheiro
para as lagoas na gruta.
Adora estar na casa do meu pai, perdem-se os dois no
quintal. Acha que o quintal do “avô Quim” é o quintal mais bem organizado,
lindo, limpinho e aonde há galinhas, sardaniscas, joaninhas, formigas...
“Parece um zoo de animais pequeninos, mamã”!. Fica todo em pulgas quando pode
dar água às árvores e aos legumes. Sujar-se todo! É uma festa! E o meu pai, é
claro, consola-se de ter o neto tão interessado nessas coisas de agricultura. E
lá vai ensinando o Alexander como as couves crescem, que tipo de couves são,
como apanhar milho. E como não basta, leva o Alexander a passear pelos pinhais
a apanhar paus, tacos, pinhocas... sei lá!!
Em Portugal, parece uma criança livre, despreocupada, sem
medo e fica com uma energia, que não há ninguém que o ponha na cama antes das
22h!
E eu fico toda orgulhosa, porque afinal, mesmo não nascido
em Portugal, considero o meu filhote metade português. E adoro que ele veja
como a mamã brincava antes, aonde a mamã estudava (adorou o IEJ, a reação foi:
“tãooooooooo grande!!!!!!!!!!!!”). É uma delícia ver o meu filhote passear e
não ter de se preocupar constantemente se há um carro, uma mota, uma bicicleta,
tram, que lhe passará a frente! Só se ouvem pássaros e sons bem longes e
calmos. Não há stress.
Já agora, fica aqui o restaurante favorito dele: “O Santos”
na Nazaré, aonde ele adora comer mexilhão com molho de cebola e tomate. Come
três pratos se o deixo! Nunca vi garoto assim para comer peixe! Seja mexilhão,
bacalhau, dourada, sardinhas... Adora!
Em casa
falam em que língua? Fazes questão que o Alexander fale português? Achas
importante para ele, porquê?
Quem não quiser ler um testamento... salte para a pergunta a
seguir! Ficou avisado/a!
Em casa falamos holandês. E muitos perguntarão, porquê?
Pois... a resposta... mais fácil falar que fazer! Para perceberem o porquê, teria
que contar a história toda, desde o princípio, e acho que é longa e dolorosa demais
para escrever aqui. Fica aqui então a versão mais curta.
Ainda estão a tempo de saltar para a pergunta/resposta
seguinte!!! :-)
O Alexander nasceu na Suíça, aonde aprendeu muito bem o francês. Na altura em que começou a falar mesmo, a dizer algumas palavras e
frases, era tudo em francês já que estava na escola a tempo inteiro e a língua
dele do dia-a-dia era a francesa. Pouquíssimas palavras em português ou holandês
apareciam nessa altura. E quando apareciam, era tudo misturado. “Falava”
português com o pai, que lhe respondia em holandês e vice versa comigo.
O certo é que, quando ele começou a falar bem, era em
francês que falava, já que essa era a língua que ele mais praticava, ouvia,
etc. Nessa altura, devido a novas oportunidades de trabalho, mudámos-nos outra
vez para a Holanda. O Alexander foi para a creche holandesa (infantário) e o
vocabulário dele, que nessa altura se começava a desenvolver, era mínimo na língua holandesa e portuguesa. O Alexander era muito pequenino para se aperceber que
de repente se encontrava num outro país e que teria de deixar o francês
completamente.
Tudo isto resultou em muitas sessões de terapia da fala para
desenvolver os sons holandeses, que acreditem, são bem diferentes dos sons da
língua francesa. Ao mesmo tempo que o Alexander tinha a terapia da fala, entrou
para a escola primária aonde o vocabulário holandês se começou a desenvolver (o
vocabulário francês desaparecia ao mesmo tempo). Com tanta mudança veio a
decisão dos “experts” de não introduzir mais uma língua em casa. Já estão a
imaginar, nada de português!
De acordo com os peritos (que falaram connosco), para uma
criança falar várias línguas corretamente, ela precisa de falar pelo menos
corretamente uma delas, o que nunca é o caso em situações de crianças educadas
com mais de uma língua. Normalmente a criança terá o mesmo vocabulário, tanto
numa língua como na outra mas em comparação a outras crianças que têm só uma
língua, o conhecimento do vocabulário geral é menor. Tipo, uma criança bilíngue terá um conhecimento geral de 60% do vocabulário em comparação com outra
criança não bilíngue, mas saberá esses 60% do vocabulário em duas línguas (ou
mais).
Para haver sucesso em aprender uma língua correctamente, de
acordo com os peritos, não se podem introduzir outras línguas ao mesmo tempo
durante esse período. A decisão cá em casa foi então de não falar nem francês
(é claro!) e não falar português, até o Alexander ter o mesmo nível de holandês
que uma outra criança na sua idade tem. O que uma criança aprende de holandês
em três anos, o Alexander teve de aprender em alguns meses. Mas agora já
estamos quase no mesmo nível. Só mais um bocadinho, só mais uns mesinhos.
É claro, que nem tudo são mar de rosas e nem sempre consigo
explicar tudo em holandês, também não tenho um dicionário holandês enfiado na
cabeça, não é? E às vezes com a pressa... lá sai umas palavras por aqui e por
ali em português.
Por isso e agora respondendo diretamente às questões acima:
Falamos holandês e por vezes lá me sai umas aqui e ali em
português. Especialmente se estou zangada! Não consigo estar zangada e “ralhar”
em holandês. Por isso, palavras como “castigo”, “chatear” e a célebre contagem crescente “1, 2, 3!” (senão de castigo no quarto!) é tudo em português! É claro que sabe mais coisas, tipo contar até 15, “bom dia”, “boa noite”, “olá,
tudo bem?”, “comando da televisão”, “frigorífico” (e diz bem esta!), “sumo de
maçã”, “copo”, “mesa”, “janela”, “sim”, “não”, “não gosto”, “mais”, etc...
muitas mais. O problema é q não consegue ter uma conversa e fazer frases longas.
Só sabe as palavras assim à solta.
Se faço questão? Se acho que é importante? É claro que sim...
tem de aprender português, agora ou mais tarde tanto me faz. Mas tem! Acho que
faz parte da minha cultura e por isso da dele. E é tão bom quando ele consegue
falar com a família em Portugal. Ele sempre se desenrasca e acaba por aprender
algum português enquanto de férias mas depois como não se utiliza por estes
lados... esquece tudo. Mas daqui a uns meses, quando o holandês dele estiver a
100%, uma explicadora trata do português, não tenho medo.
Uma das desvantagens dele, mesmo querendo aprender, é o
fato de que eu mesma falo muito pouco português no dia-a-dia e o que vou
falando tem “tanto pontapé na gramática portuguesa”! Ou também porque como falo
pouco, começo a esquecer-me das palavras... vergonha!!
Ainda bem disse que esta história era a versão curta!
Imagina se tinha escrito a longa?!?! :-)
Tens
momentos em que te apetece desligar o “botão mãe”? O que fazes?
Ui, ui... tenho sim. É claro! Quem não tem, mente!
Correr no parque ajuda muito (boa música no Ipod e
totalmente desligada do mundo durante kms ajuda imenso). Mas ir jantar fora, fazer
compras (shopping) sozinha, 1h de massagem, cabeleireiro, sair com amigos e
beber uns cocktails, etc... são atividades que ajudam bastante. Desde que o
Alexander nasceu que tenho sempre tempinho para mim. Nem sempre foi mar de
rosas mas tento bem “desligar” por alguns momentos para não esquecer quem eu
sou! É necessário, se não dou em doida. Durante o mês a minha manoca toma conta
do puto, ou o meu cunhado, ou sogros ou mesmo o Patrick enquanto eu vou
aproveitar o meu “me time”.
Consegues falar sobre a diferença em ser
mãe em Leiria e mãe em Amesterdão?
Não sei o que é ser mãe em Leiria. Quando estou aí, estou de férias e as minhas regras e proibições também! Mas ser mãe em Amesterdão, é ser mãe como em qualquer lado. Correr de casa para a escola, da escola para o trabalho, do trabalho para casa... Descansar nos fins-de-semana.
Não sei o que é ser mãe em Leiria. Quando estou aí, estou de férias e as minhas regras e proibições também! Mas ser mãe em Amesterdão, é ser mãe como em qualquer lado. Correr de casa para a escola, da escola para o trabalho, do trabalho para casa... Descansar nos fins-de-semana.
Agora, ser mãe em Amesterdão com pouca família torna as
coisas mais difíceis. A ajuda que alguns pais têm aqui com os filhos, eu pouco
tenho. Só mesmo da parte dos meus sogros que de vez em quando ajudam, ou por
parte da minha irmã e do meu cunhado. Mas, também não é a mesma ajuda que teria
se tivesse educado o meu filhote em Leiria. As pessoas que me ajudam aqui
também trabalham, tem os seus próprios compromissos e a sua própria vida bem
ocupada. Amesterdão é uma cidade de correria, cidade cosmopolitana, de muitas
saídas durante a semana, de muitos jantares, “social life”, etc. Cidade de mais
de um milhão de pessoas... Não é uma vida pacata, o que não ajuda quando se
quer educar uma criança e quando se tem de pedir ajuda a outros.
Uma outra dificuldade: as escolas. Quando a criança tem dois
anos, já temos que inscrevê-la na escola que nós pais gostaríamos que a criança
frequentasse (escola dos 4 aos 12 anos). Esta inscrição, não garante lugar na escola.
Normalmente as escolas têm listas de espera de mais de 3 anos e quando há
lugares disponíveis, as crianças são sorteadas, tipo totoloto!! E como se não
bastasse a lista de espera para as escolas, também há depois a lista de espera
para as escolas de tempos livres que se deverão situar perto da escola que a
criança frequentará. Porque a escola terá que apanhar a criança à escola todos
os dias. O que “obriga” algumas pessoas a terem babysitters para estarem mais
livres na escolha da escola. O conceito de ter Amas em Amesterdão é menos
conhecido. Normalmente há babysitters ou uma au-pair. Os custos são enormes
para qualquer opção escolhida, tanto seja escola de tempos livres ou babysitter
ou Ama ou a au-pair. Aliás, au-pair ainda é mais complicado, porque apesar de ser
a opção mais barata, tem muitos “senãos”. A aupair tem de dormir na mesma casa
(e não paga renda), tem de ter quarto próprio, trabalha um certo número de
horas por semana e normalmente não fala a língua que os garotos falam. Uma
au-pair normalmente fica por um ano. O que indica que todos os anos os pais tem
de se habituar a uma desconhecida, que tomará conta da criança mas mais não
sabemos.
Estes são só alguns exemplos de educar/criar um filho em
Amesterdão, mas há muitos mais. Não é fácil, mas nós adaptamos-nos a este
estilo de vida. E os nossos filhotes também. Eles não conhecem outro estilo de
vida.
Perdes a
cabeça com…Os disparates que ele faz, porque viu um outro amigo fazer.
Dou em doida! Esforço-me tanto para o educar e em 5min, está tudo perdido!
Amas
quando….Fazemos asneiras juntos, rimos à
gargalhada por coisas mesmo estúpidas. Quando o Alexander me diz que me ama
daqui até a lua e de volta e depois se retifica... e diz, até à
lua não, até ao espaço que é mais longe! Derreto!
Ser Mãe
é…falar com razão, sofrer com o coração e às
vezes deixar o pequenito aprender com os próprios erros. Tem de ser! Não
estarei cá para sempre e algumas decisões tem de ser ele mesmo a fazer, e
também a sofrer as consequências. Se vai subir na árvore... há chance de cair
no chão e magoar!!
Amigas há muito, mas distantes pelas diferentes escolhas, adoro a net que nos aproxima :) Obrigada Clara!!
Adorei a tua entrevista Clara. Deixaste-me arrepiada. Continuas forte e corajosa como sempre te conheci. PARABÉNS!
ResponderEliminarAdorei a tua entrevista Clara. Deixaste-me arrepiada. Continuas forte e corajosa como sempre te conheci. PARABÉNS!
ResponderEliminarOi! Obrigada... gostei imenso de participar, longe mas um bocadinho perto... :-)
EliminarBjs Clara
Foi um prazer ler-te, Clara!
ResponderEliminarA personalidade continua vincada!
Tudo de bom! :)
E à Ana, parabéns pela pertinência das questões!!
Estou a ficar com medo!
EliminarAs pessoas deviam/devem ter uma imagem terrivel de mim... Eu sou boa pessoa! A serio! :-)
Obrigada, Clara
Eeheh tontinha!!
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